A RESPIRAÇÃO NO KARATE

 

 

Todos nós sabemos que quando inspiramos não podemos fazer uma ação forte de ataque ou defesa, pois os músculos se descontraem, ao passo que, parando a inspiração ou ao expirarmos, os músculos podem se contrair. Os músculos passam então pela força, e pela fraqueza, dependendo do tempo respiratório.

Para darmos uma idéia, diremos que se deve atacar quando os pulmões estiverem cheios; a respiração e a contração deve ser curtas. No momento do impacto do golpe há uma curta parada da respiração para facilitar a contração abdominal seguindo então a respiração total, lenta. Sendo possível, poderemos respirar curta ou longamente, dependendo da situação. Caso contrário devemos fazê-lo em seguida para podermos passar para outro movimento.

Aos poucos vamos ganhando sincronização entre a ação e respiração, sendo que no momento que isto for conseguido, cansaremos menos e treinaremos mais. Logo a onda escoada não é total, mas jamais deixemos nosso adversário saber em que ato respiratório estamos para não sofrermos ataques inconvenientes em caso de estarmos a demonstrar a nossa respiração.

Não devemos, pois, ofegar. Respiremos com o ventre, assim as espáduas não se moverão e nosso adversário nada notará. Na realidade é este estado interno enorme que preside a execução deste, ou o Kensei, que nada mais é que uma expressão violenta de uma tensão mental, quando bem feita, canaliza e dosa o fluxo de energia vital de todo o corpo.

A maneira de respirarmos é importante no Karate, devido a fatores psicológicos, isto para não voltarmos a lembrar da importância dada ao abdomem nas artes marciais.

A meta que visamos na respiração especial é podermos contar sempre com uma reserva de oxigênio nos pulmões o que conseguiremos se aprendermos a utilizar 2/3 de nossa capacidade.

O que conseguiremos com isto no sentido de benefícios especiais? É óbvio, que ao conseguirmos alcançar este objetivo fundamental, poderemos nos esforçar mais por um período maior de tempo, havendo menor cansaço. A tensão diminui e a nossa produção mental é incrementada. Finalmente o nosso corpo depois de ter sido submetido a um esforço, pode se recuperar mais rapidamente.

Como praticar?

Fiquemos de pé tendo a nossa musculatura bem descontraída.

Nossos braços ficam em frente do corpo.

Ao tempo que estiramos nossos braços para cima e para trás, levando também nossa cabeça no mesmo sentido, devemos inspirar profundamente pelo nariz, alargando assim nossa caixa, após, prendendo a respiração, dobramos-nos para frente, tendo as mãos sobre o abdômen, forçando de maneira figurada o ar dos pulmões para baixo.

É preciso que a tensão seja sentida pelos músculos do abdômen.

Para que compreendamos melhor esta parte, vamos nos socorrer na fisiologia. Quando inspiramos, o ar retido nos pulmões, força o diafragma para baixo que por sua vez força o estômago. Resulta daí uma pressão nos músculos do abdômen, que se libertado de tensão se expandem. Isto não deve suceder. Ao se contraírem produzem o auxílio de pressão no ato expiratório. Iniciando daí, podemos soltar o ar pela boca e expirar por completo ou reter aqueles 2/3. Após, voltemos ao ponto de partida.

É neste tipo de respiração que poremos em prática no Kiai, deve ser treinado em todas as posições e cuidado, não pratique demais para não cansar.

 




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